Dedico este blog à minha filha Thais, meu eterno amor, que partiu muito cedo para um lindo lugar... no outro lado da vida ..!!!

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quinta-feira, 26 de março de 2015

O Luto e a Fé


Quando passamos por situações de profundo pesar, nossa mente faz verdadeiros malabarismos para elaborar e processar uma verdade que é inaceitável, e assim nos proteger da dor insuportável que advém da morte de uma pessoa que é única em nossa vida. Ela (a mente) precisa de um tempo e de um espaço para assimilar o fato traumático, para lidar com uma nova realidade, repentina e terrível, para desenvolver estratégias que consigam relacionar a verdade do passado com o futuro que precisa ser vivido. Mas, como?

O processo do luto não é linear e a dor precisa ser externada, cada pessoa precisa de um tempo só seu para reformular conceitos de justiça, de impotência, de culpa, de revolta, mas principalmente de Fé. Ela, e só ela, nos faz aos poucos entender que a vida é realmente eterna e que as pessoas que nos fazem tanta falta e despertam em nós uma saudade tão intensa, continuam vivas e que com elas vamos um dia nos reencontrar.

O Espírito de Deus está presente em nossa vida, mas cabe a nós, abrirmos a porta do nosso coração, dando espaço para que Ele se manifeste. À proporção que evoluímos espiritualmente, que fazemos a nossa parte, orando e meditando, que O deixamos fluir em nosso ser, nossa mente vai se acalmando, boas e felizes lembranças começam vir à tona, e nós vamos, aos poucos, aprendendo a viver junto ao nossos entes queridos, espiritualmente, mesmo que deles afastados fisicamente.

Com a saudade temos que nos acostumar... Este é um caminho difícil, mas não impossível, que, ao menos, ela seja uma saudade saudável, que nos ajude a reviver situações alegres, lembranças emocionantes, palavras ditas, emoções compartilhadas...Que nela encontremos um refúgio onde possamos chorar e sorrir. E quando isto acontece, adquirimos a certeza de que o Amor é realmente eterno; é o elo indestrutível que nos mantém para sempre unidos àqueles que já ressuscitaram, e que, portanto, continuam Vivos e na Paz.

E, assim, é chegada a hora de agradecermos a companhia, a atenção, o cuidado, o carinho, os beijos e os abraços, e principalmente à Deus, pelo presente maravilhoso que nos foi dado e pelo privilégio de termos convivido com eles aqui na Terra.

Marisa Cremer


Um grande abraço para você amiga e amigo queridos, com todo meu carinho.

Muita paz a todos !!!
 


 

segunda-feira, 16 de março de 2015

Como superar a perda de um filho

        Fotos do evento na Praça da Juventude em homenagem aos jovens que perderam a vida no trânsito.
                                              Vida Urgente- Fundação Thiago Gonzaga                                           Porto Alegre - Setembro/2010


Não há nada maior que possa afetar um pai e uma mãe do que a perda de um filho tão amado. É uma dor muito profunda e difícil de cicatrizar.

Seja por motivo de doença, tragédia ou outro qualquer, perder um filho não é fácil. Só sabe o tamanho dessa dor quem um dia já a vivenciou, de fato é um pedaço seu. E se algo pudesse ser feito para ter seu filho de volta, com toda certeza, que faria todo o esforço possível.

Sabemos do crescente número de pais que perdem seus filhos na infância, adolescência ou na fase adulta. Independente da idade, perder um filho é perder o bem mais precioso. Porém, a vida precisa continuar, não podemos nos fechar e viver presos e focados nessa dor.

A dor é parte do processo da perda, mas os pais devem buscar soluções para viver o luto, buscar conforto e vencer, um dia após o outro; lutar pela vida e não entregar sua vida. Para superar a dor da perda de um filho querido, é necessário abrir-se; falar sobre sua dor é importante. Extrair de dentro o pesar, desabafar com o companheiro, familiares e amigos de confiança, e aceitar o conforto e o apoio de todos fará bem.

Ocupar-se e preencher seu tempo é o segundo passo. Participar de grupo de autoajuda. Ajudar pais que tenham passado por problemas parecidos com o seu. Fazer trabalhos voluntários. Reunir e estar com a família. Não se isolar.

Orar e meditar. É preciso vencer os medos e a dor, é preciso buscar consolo, conforto, paz interior, até mesmo no silêncio. O apoio espiritual fortalece nas angústias da alma. Muitas famílias recorrem a oração.

Pensar positivo. Sabemos que haverá dias mais fáceis e outros mais difíceis, mas é preciso pensar e agir positivamente. Se o dia começou ruim, a lembrança, a saudade... Começou a ter um acesso de choro e pensamentos negativos bombardeando a sua mente? Pare... respire fundo. Com certeza seu filho não gostaria de lhe ver triste, então por você e por ele, alegre-se.

Lembrar os momentos felizes é bom, mas não para torturar-se, evite deixar lembranças espalhadas por toda a casa, escolha um lugar, para quando quiser reviver os momentos bons que passaram juntos. E se os pertences de seu filho começarem a lhe causar sofrimento, doe-os, irá ser melhor assim, ele não estará nos objetos, estará sempre em seu coração e na sua memória.

"Sei que toda dor e aflição é uma fonte de virtude e força espiritual, que nos molda e purifica."

Fernanda Ferraz - Graduada em RH



                                                 (clique nas imagens para ampliar)




Memorial que traz o nome da minha filha Thais entre as vítimas da violência no trânsito.




   

segunda-feira, 2 de março de 2015

A morte que trazemos no coração


É no coração que morremos. É aí que a morte habita.

Nem sempre nos damos conta que a carregamos conosco, mas, desde que somos vida, ela segue-nos de perto. Enquanto não somos tomados pela nossa, vamos assistindo e sentindo, em ritmo crescente ao longo da vida, às mortes de quem nos é querido. A morte daqueles que amamos é como uma amputação: perdemos uma parte de nós; uma fonte de amor; alguém que dava sentido à nossa existência... porque despertava o amor em nós.

Mas não há sabedoria alguma, cultura ou religião, que não parta do princípio de que a realidade é composta por dois mundos: um, a que temos acesso direto, e, outro, que não passa pelos sentidos, a ele se chega através do coração. Contudo, o visível e o invisível misturam-se de forma misteriosa, ao ponto de se confundirem e, como alguns chegam a compreender, não serem já dois mundos, mas um só.

Só as pessoas que amamos morrem. Só a sua morte é absoluta separação. Os estranhos, com vidas com as quais não nos cruzamos, não morrem, porque para nós, de fato, não chegam sequer a ser.

Só as pessoas que amamos não morrem. O Amor é mais forte do que a morte. O sofrimento que se sente é a prova de uma união que continua a existir, agora com uma outra forma, composta apenas de... Amor. Dói, muito. Mas com a ajuda dos que partem acabamos por sentir que, afinal, não somos separados para sempre...

O amor faz com que nossa vida continue a ter sentido. A partida dos que foram antes de nós ensina-nos a viver melhor, de forma mais séria, mais profunda, de uma forma, inequivocamente, mais autêntica.

Devemos cuidar de todos os que amamos. Aos que partiram, porém, aquilo que lhes podemos dar é o amor para aqueles que ficaram aqui. Porque estes continuam a precisar de nós, do melhor de nós... e é sempre uma iniquidade quando um amor por quem partiu mata, em alguém, o amor por aqueles que ainda aqui estão.

A morte ensina-nos que o amor é perdoar mais do que vingar; consolar mais do que ser consolado; partilhar mais do que juntar; compreender mais do que julgar; dar, doarmo-nos, oferecer o que há de melhor em nós, mais do que termos o que sonhamos. 

Não é difícil compreender que os nossos sentimentos e gestos são determinantes, não só para a nossa felicidade neste mundo, como também para a da outra vida, de que esta faz parte. Repousa em nós, calma e firme, a certeza de que a vida não se mede pela quantidade dos dias... mas pelo amor de que se foi autor e herói.

... chorar a morte de um ser amado é a prova de que a sua vida, aqui, teve valor e sentido. É o mesmo amor que nos deu alegria à vida que nos faz, agora, chorar... não morreu, está vivo. Habita-nos o coração.

Ficam as lágrimas choradas no silêncio do fundo de nós. Fica o silêncio onde se ama.

Fica a esperança, que é certeza, de que todo o carinho e ternura que ficaram por dar não se perderam... adiaram-se apenas.

Afinal, a mesma morte que leva os que amamos, também nos levará a nós... será pois uma simples questão de tempo, até que possamos abraçar e beijar aqueles a quem, agora, disso a morte nos impede.

No fundo do nosso coração, bem mais fundo do que a morte em nós, está Deus.

A Deus peço a confiança na eternidade do Amor; a Deus peço que ajude os que neste momento sofrem a dor do espinho que a morte crava; a Deus peço que me continue a ensinar e a ajudar a Amar com todas as forças de que sou capaz. A-Deus.


José Luís Nunes Martins, in 'Filosofias -79 Reflexões'


Thais, minha filha, tua presença sempre fará falta na minha vida,
mas permaneces viva no meu coração. A saudade dói... mas,
o AMOR é maior que tudo.

Te amo! Por toda minha vida vou te amar...

mamis.


  
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