Dedico este blog à minha filha Thais, meu eterno amor, que partiu muito cedo para um lindo lugar... no outro lado da vida ..!!!
Seguidores
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
Reflexão sobre a morte e a vida
A morte nos coloca diante da mais simples verdade, a única certeza absoluta que nem mesmo o cético mais obstinado pode duvidar. A dor que nos dilacera nestes momentos não cabe em palavras. Só nos resta senti-la, suportá-la e manifestá-la. O que dizer ao pai e mãe que perdem o(a) filho(a)? Como confortar o(a) filho(a) diante do falecimento do pai ou da mãe? O que falar aos que choram pela morte dos entes mais queridos?
Não é fácil. Por mais sincero que seja o que proferimos em tais circunstâncias, não é suficiente para aliviar a dor e ainda pode soar formal. Não esqueço do pai cujo filho morreu afogado: abracei-o e senti o seu corpo trêmulo. Meu abraço expressou toda a solidariedade que cabia em mim naquele momento, mas fui incapaz de pronunciar qualquer palavra. E se o fizesse, ela não expressaria mais do que o meu gesto.
A morte também é elucidativa. Ela ensina, mostra o quanto somos frágeis e explicita a efemeridade da vida. Não podemos confiar no amanhã, pois nada nos garante que estaremos vivos. No entanto, precisamos nos iludir, pois é insuportável imaginar a ausência do ser no dia que segue. Assim, nos entregamos à rotina e esta nos oferece uma espécie de segurança ontológica. Precisamos acreditar que outro dia virá, que estaremos entre os nossos e eles estarão conosco. E isto é ainda mais necessário porque não se trata apenas da vida e morte do “eu”. Não é tão difícil aceitar a própria finitude, é muito mais doloroso perder o “outro” que nos completa. Até aceitamos a inevitabilidade da morte do “eu”, mas é dilacerante a experiência da partida dos que amamos.
Talvez por isso tenhamos tantas dificuldades em pensar sobre a morte. Muitas vezes este é um assunto interdito, um tabu. Já fui chamado a atenção por volta e meia tratar deste tema. Compreendo. Refletir sobre a morte é, entre outros aspectos, reconhecer o quanto é risível a nossa presunção. Somos natureza, mas arrogantemente almejamos a eternidade. Ao vivermos como se eternos fôssemos não percebemos o tempo precioso que se esvai a cada segundo. As coisas mais simples da vida, os detalhes que nos realizam em toda a plenitude do nosso ser são, muitas vezes, relegados a plano secundário.
E assim esgotamos o tempo que temos com o supérfluo, a mesquinhez e a arrogância. Será que fazemos jus ao exíguo tempo que nos é oferecido a cada dia? Muitas vezes o que parece importante não é o essencial. O poeta Horácio aconselhava: Carpe diem quam minimum credula postero (Colhe o dia presente e confia o mínimo no amanhã). Devemos valorizar cada segundo como se fosse o último. O amanhã é um tempo que não nos pertence, mas como viver sem olhar para o passado e sem a esperança no futuro? Se podemos sonhar e imaginar o amanhã, como restringir-se ao presente?
O escapismo pode se revelar ineficaz. Somos racionais, mas também seres de emoções e sentimentos. Como escreve Milan Kundera: “Penso, logo existo é um afirmação de um intelectual que subestima as dores de dente. Sinto, logo existo é uma verdade de alcance muito mais amplo e que concerne a todo o ser vivo”.*
Ele se refere à dor física, mas também há a aflição pela perda do ser amado. Então, o “eu” dilacera-se e o sofrimento acentua dolorosamente a existência. O “eu” dilacerado deixa de ser pleno. É um “eu” partido, pois parte de mim extinguiu-se com o “outro” que se foi. A perda de quem amamos esfacela o “eu”. De certa forma, morremos também. Porém, permanece a possibilidade de reincorporar. A memória do “outro” vive em mim, e se o sinto presente encontro forças para suportar a dor. Não esquecê-lo é evitar a sua segunda morte.
Sofrer é próprio do humano, mesmo assim é preciso perseverar. A vida continua e nos desafia a vivê-la plenamente e merecê-la.
(Desconheço a autoria)
Obrigada pelo seu apoio e carinho constantes!
Um grande beijo no seu coração !!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Amiga Ilca, realmente somos presunçosos quando agimos de tal forma como se essa existência interminável, entretanto, sabemos que não o é. Nosso espírito é eterno, mas a existência atual, aqui na terra, transitória.
ResponderExcluirUm abração. Tenhas uma linda semana.
Tu lo has dicho amiga linda. La muerte no es fácil. Acostumbrarnos a la palabra muerte no es fácil. aceptar la muerte no es fácil. No estamos preparados y nunca lo vamos a estar. Menos cuando se trata de un ser querido. Solo nos queda entender eso que nos cuesta tanto y tratar de vivir con las penitas y los dolores que nos van llegando. Amiga aun que no lo creas, siento como mio cada recuerdo cada frase, cada palabra y también el dolor que hay en ti. Te tengo muy presente. Siempre estoy orando por todos ustedes y pidiéndole a Dios que te conforte, que te de consuelo y que ponga mucha calma y mucha paz en tu corazón. Me conforma saber que tu ángel maravilloso esta a tu lado siempre. Que no te abandona y que te da fuerzas para vivir cada nuevo día. Un abrazo muy grande mi Ilca querida. TQM. Cuidate. Bss.
ResponderExcluirNossa Dona Ilca... suas mensagens são excelentes, mas essa... estou sem palavras... Ficamos nós aqui, partidos, nem próximos do que éramos, mas com um novo olhar para tudo que acontece no mundo e na vida... Vida que é tão rápida, veloz e tão demorada quando queremos o reencontro. A paciência também é uma dádiva. Temos que aprender a viver nessa vida que não parece mais a nossa. Não parece nos pertencer mais... Mas temos que segurar a onda , nos mantermos firmes, até para honrar a tudo o que vivemos com os nossos amores, em memória à eles, pela saudade, pela lembrança e com a certeza de que eles nos veêm... Beijos Dona Ilca, amiga Tati.
ResponderExcluirUna indagine profonda circa il senso della vita ed il mistero della morte.
ResponderExcluir.
ResponderExcluirSó vim buscar o meu
abraço.
.